sábado, 4 de agosto de 2018

Orquestra de Cordas Brasileiras

Na década de 80, a Prefeitura do Rio de Janeiro, através da RIOARTE, promovia concursos de conjunto de choro que posteriormente seriam transformados em oficinas de choro. Nestas oficinas, músicos de dois dos grupos de choro com mais destaque nesta época (Galo Preto e Camerata Carioca) davam workshops de choro nas instalações da UNIRIO.
No final de uma destas oficinas, eu, Marcus Ferrer e Josimar Carneiro, que nesta época tínhamos um Trio de violões, o “Conversa de cordas”, propusemos a dois professores, Afonso Machado e Henrique Cazes, a continuidade daquele trabalho sob a forma de um grupo de câmara. A ideia foi aceita e o Grupo foi criado.
Este grupo, que posteriormente seria batizado de “Orquestra de Cordas Brasileiras” (OCB), era semelhante a um outro grupo que já existia, que era a Orquestra de cordas dedilhadas de Pernambuco, criada por Cussy de Almeida no contexto do Movimento armorial, de Ariano Suassuna. A nossa proposta era transcender as fronteiras entre o erudito e o popular, tendo em Radamés Gnattali uma de nossas principais referências.
Esta Orquestra, na sua forma, se baseava na Orquestra de Câmara. Os instrumentos de cordas de arco seriam substituídos por seus homólogos de cordas dedilhadas ou pinçadas dentro da mesma proporção e funcionalidade. A disposição definitiva da OCB era a seguinte: Dois bandolins, dois cavaquinhos, duas violas caipiras, três violões (sendo que um deles tinha sete cordas), um contrabaixo e percussões.
A fundação “oficial” da OCB se deu em Março de 1987. A sua estreia foi em 1988 na Sala FUNARTE, sob a Direção de Túlio Feliciano.
A sua primeira formação era a seguinte:
Bandolins – Afonso Machado, Rodrigo Lessa, Alexandre Nunes ( Araujo) e Alexandre de la Peña
Cavaquinhos – Henrique Cazes e Jayme Vignoli
Violas caipiras – Marcus Ferrer e Marcelo Fortuna
Violões – Bartholomeu Wiese e Jaime Ernest Dias
Violão de 7 cordas – Josimar Carneiro
Contrabaixo – Ronaldo Diamante
Percussões – Beto Cazes e Bolão
Posteriormente, Alexandre Nunes seria substituído por Marcílio Lopes, Jaime Ernest Dias por Paulo André Tavares, e depois por Luiz Flávio Alcofra, e Ronaldo Diamante por Omar Cavalheiro.
Em 1992 fui para Portugal, tendo sido substituído por Mara Lúcia Ribeiro, e depois por Fábio Nim. Em 1996 a OCB terminaria o seu ciclo, deixando a sua marca na Música Brasileira.
Discografia

"Orquestra de Cordas Brasileiras" (Kuarup 1989) - Prêmio SHARP de melhor grupo e melhor disco instrumental
"Chiquinho do Acordeon, Raphael Rabello & Orquestra de Cordas Brasileiras - Retratos" (Kuarup 1990) Prêmio SHARP de melhor disco instrumental
"Radamés Gnattali e a Música popular" (Kuarup 1990) - Orquestra de Cordas Brasileiras, Radamés Gnattali, Chiquinho do Acordeon e João Carlos Assis Brasil
"Piazzolando com sotaque brasileiro" (Kuarup 1991) - Orquestra de Cordas Brasileiras, Chiquinho do Acordeon, Rio Cello Trio, Quinteto Villa-lobos e Paulo Sérgio Santos
"Instrumental no CCB – Wagner Tiso e Orquestra de Cordas Brasileiras" (1993)
"Sempre Jacob" (1996) - Orquestra de Cordas Brasileiras, Déo Rian, Joel Nascimento e Nó em Pingo D'Água
"Choro do Quintal ao Municipal" (1998) - Orquestra de Cordas Brasileiras, Chiquinho do Acordeon, Copinha, Época de Ouro, Déo Rian, Joel Nascimento, Orquestra Pixinguinha, Paulo Moura, Paulo Sérgio Santos, Raphael Rabello e Sexteto Brasileiro

Sem comentários:

Enviar um comentário

Glauco Viana