sábado, 23 de novembro de 2019

Quase...

Vivia sempre no quase
No quase ele viveu
No quase ele morreu
Dele mesmo se esqueceu
Ninguém dele se lembrou
Porque nada aconteceu

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Teatro

Luzes. Aplausos. Fantasia. Vontade de viver inúmeras vidas, experimentar várias emoções. Morrer e renascer. Teatro. T-E-A-T-R-O. Surgiu antes de o homem pensar num palco.
Vivemos representando no dia-a-dia. E alguns são eles mesmos no palco. Mas o teatro é fugaz e as máscaras caem. Representarmos para esquecer a mediocridade da vida ou representamos essa própria mediocridade?
Rimos de nós mesmos ou dos outros?
Teatro é entretenimento ou entendimento de vida?
Cenas domésticas transformam-se em autênticas cenas Nelson Rodrigueanas.
O ser humano é multifacetado e os atores vivem a hipótese da vida de cada um. Mas a única coisa indispensável no teatro é o ator, dizia Eugênio Kusnet.
Representar sem regras, sem texto, o próprio ofício, sem teatro, sem limites. Ensaiar mais do que apresentar. Merda – e não agradeça.
O espetáculo sem espectador é sofrido, mas digno.
O teatro é insólito, o teatro é uma farsa. O teatro é memória. O teatro é necessário?
Sem vida não há teatro. E sem teatro não há vida.

Anna Fortuna
https://guitarfortuna3.wixsite.com/annafortuna

sábado, 24 de agosto de 2019

O dilema da panela

Aquela panela que um dia
Cozeu frango à cabidela
Já não está mais na cozinha
E, ignorando a vizinha
Está de volta à janela...

Que junto com uma colher
Que bate com força no fundo
Criam um problema profundo
E ela a si mesmo interpela:
- Sou de Esquerda ou de Direita??
É o dilema da panela...

A colher, com muito orgulho
Responde com voz macia:
- Quando fazemos barulho
Isto é Democracia!




Glauco Viana