sexta-feira, 20 de março de 2020

Quarentena...



Estando em quarentena por conta do COVID-19, resolvi fazer uma decodificação melódico-harmônica do respectivo vírus. À primeira vista ele reúne elementos da cifragem prática, cifragem analítica e intervalos.

1) Em 1º lugar, vamos separar os elementos:

CO-V-I-D-1-9

O “CO” me parece um acorde diminuto disfarçado. Seria melhor escreve-lo como Co caracterizando-o como acorde de “Dó Diminuto”, que leva na sua estrutura “molecular” a fundamental (1), Terça menor (b3), Quinta diminuta (b5) e Sétima diminuta (bb7).
No campo harmônico de “Dó Maior”, colocaremos o acorde Co como I Grau, que por ser acorde diminuto (Acorde com 2 trítonos), não serve de “repouso.”

(Cifra prática)    // Co //
(Cifra analítica)  // Iº   //

2) O “V-I” me parece ser uma “cadência perfeita” (Dominante - Tônica), sendo o V Grau o “Dominante primário”.
Entretanto, observamos que o V carece de 7º menor, portanto, não forma trítono (3, b7), e desta forma diminui a força de resolução no I Grau, o que nos faz descartar esta possibilidade.
Entretanto, se tirarmos o traço, teremos o VI, que no campo harmônico do Tom de “Dó Maior” seria o VIm.

(Cifra prática)    //  Co / Am   //
(Cifra analítica)  //     /  VIm  //

3) O “D-“ seria uma outra forma de escrever a “Cifra prática” de Ré menor (Dm), que no campo harmônico de “Dó Maior” seria o IIm. Desta forma teremos:

(Cifra prática)    // Co / Am   / Dm  //
(Cifra analítica) //     /  VIm  /  IIm  //

4) Por último, o 1-9, que pode ser o intervalo de “Nona Maior”. A minha dúvida é se este intervalo se aplica à Tônica (Co) ou ao acorde anterior (Dm).

No primeiro caso, se aplicarmos à Tônica, teremos a Fundamental de Dó como ponto de partida. Desta forma, a Nona (T9) seria a nota Ré.
O acorde diminuto aceita qualquer Tensão ascendente que esteja a um tom acima de cada nota do acorde. O Ré (T9) está desta forma a um tom acima da fundamental (1) do acorde e aparece na escala diminuta como "nota de passagem" do 1 ao b3, portanto, funciona bem dentro da melodia.*

No segundo caso, adicionando a T9 ao acorde de Ré menor (Dm), teremos Dm(add9), que soa lindamente no final da respectiva sequência. Como o foco é a sequência harmônica, optei então pela aplicação da T9 no acorde de Dm.


(Cifra prática)    // Co / Am   / Dm  / Dmadd9 //
(Cifra analítica) //     /  VIm  /  IIm  /  IImadd9 //


Fazendo uma última análise, a sequência começa de forma tensa, com o acorde diminuto e fica suspensa no acorde de Dmadd9, numa espécie de “Cadência Plagal” sem resolução…

A esperança é que a sequência se inicia com um acorde diminuto (Co) que não serve de acorde de “repouso” e tem dois trítonos. Cada trítono resolve em dois acordes, o que quer dizer que podemos “modular” a partir deste acorde para uma outra sequência com uma “Cadência Perfeita” (V – I) no final dela, resolvendo tudo!

* Agradeço a colaboração importantíssima de Felipe Barão neste ítem






Sem comentários:

Enviar um comentário

Glauco Viana